Muitas pessoas começam a perder o vigor justamente no momento em que estão a ponto de alcançar um objetivo. Johann Wolfgang von Goethe, escritor, romancista, dramaturgo e filósofo alemão dizia: “As dificuldades aumentam quanto mais próximos chegamos de nossa meta”. Nem todas essas dificuldades, no entanto, são impostas pelo exterior. Algumas dificuldades estão dentro de nós mesmos.
Com a consciência do ciclo de autossabotagem temos como impedi-lo antes que ele nos roube a capacidade de realizarmos nosso projeto de vida, sermos mais realizadores e maduros.
Essa é minha proposta para o artigo de hoje!
Muitas vezes por medo dos riscos e das responsabilidades da vida, podemos acabar inconscientemente com as nossas realizações. Isso se chama autossabotagem. É você mesmo dificultar ou inviabilizar mudanças em sua vida que trariam bem-estar ou algum tipo de melhora.
Podemos pensar em quantas vezes tentamos mudar alguns comportamentos e atitudes que nos desagradam e/ou prejudicam, mas por mais que insistamos não conseguimos.
E então por vezes um sentimento de frustração toma conta de nós quando nos damos conta que estamos repetindo aquele comportamento que não queremos e que já tínhamos prometido para nós mesmos que não repetiria mais.
Repetições que podem ser vivenciadas no âmbito profissional, de nossos relacionamentos amorosos, como em todas as áreas de nossa vida.
Vamos ver algumas características para facilitar a identificação:
- Crítico interno: Sabe aquela voz negativa dentro da sua mente te criticando? Nada está bom o suficiente, você nunca esta satisfeito, está sempre frustrado com seus resultados.
- Perfeccionista: Você exige uma perfeição consigo e com os outros, uma excelência ao extremo, você espera tudo perfeito, as condições perfeitas para iniciar suas ações e como no mundo real nem tudo é perfeito você nunca entra em ação.
- Não sabe dizer não: Você se coloca como amigo e até para ser aceito você age sempre em prol de ajudar, mas acaba se negando, abrindo mão de seus objetivos, você destrói de alguma forma seus próprios objetivos para dizer sim para alguém mesmo querendo dizer não.
- Executor ao extremo: Se não está trabalhando, agindo, executando, então não se sente satisfeito, o que leva ao desequilíbrio, não há tempo para o pessoal, corre o risco de se tornar um workaholic(pessoa viciada em trabalho).
- Entrar no papel de Vítima: não assume a autorresponsabilidade, a culpa por tudo que ocorre de errado com você é sempre do outro.
- Medo do Sucesso: quer ter sucesso, mas associa o sucesso a algo negativo como sacrifício da sua vida pessoal em função da profissional ou até com o pensamento negativo e irreal de que todo rico é desonesto. Se você acredita que o sucesso é só para quem se sacrifica ou só é rico de forma desonesta mesmo que inconscientemente você não vai procurar ter sucesso, pois isso é ruim para você e você não quer ser desonesto.
- Medo do Fracasso: tem medo de se expor a uma falha. O medo de não conseguir está relacionado a não tolerar uma falha e por isso se bloqueia e muitas vezes nem ao menos tenta.
- Procrastinação: as ações que me fazem alcançar os objetivos são sempre adiadas, sempre deixadas, para amanhã. No fundo a procrastinação está relacionada a preguiça e aos nossos medos (medo do novo, da crítica, do sucesso, do fracasso).
Fica mais fácil entender pensando em como ela ocorre: quando temos uma meta/objetivo e entramos em ação, temos progressos, mas no meio do caminho algo acontece e nem percebemos e acabamos por destruir nosso objetivo por algum comportamento ruim. É uma armadilha inconsciente, algo que te engana, você não identifica e não percebe, por isso permanece no seu comportamento e cai na sua própria armadilha outras vezes, isso se repete formando um ciclo de autossabotagem.
Por que isso ocorre?
Um pressuposto da PNL explica isso, todo comportamento tem uma intenção positiva, neste caso na autossabotagem inconscientemente a pessoa está querendo se proteger de algo. E se formos mais a fundo iremos identificar também que a pessoa não acredita de fato no seu potencial. E você se torna no que acredita, isso tem a haver com o seu senso de identidade.
Se você já trouxe essa consciência de que entrou no ciclo da autossabotagem, agora responda a si mesmo:
Porque tem uma parte minha que não quer que aquilo que desejo realmente aconteça?
Do que é que estou me protegendo? De que forma me saboto? Qual é o gatilho deste comportamento?
- O que estou sentindo neste momento? Reconhecer qual a emoção negativa e a fase do ciclo.
- Por que estou sentindo isso? Qual a intenção positiva dessa minha atitude?
- O que irei fazer com isso? Planejar a solução, o escape, como sair do ciclo.
- Quem eu quero ser de agora em diante?
- Como posso me conhecer melhor?
- Como posso explorar mais meu potencial hoje?
- Como posso estabelecer uma nova estratégia para alcançar meus objetivos?
- Tempo de compreensão;
- E por fim o momento de conclusão (quando a ficha cai).
Se entendermos que a emoção que causa desconforto não é da situação que estamos vivendo, e sim dos nossos pensamentos, nós já avançamos na jornada para sermos uma melhor versão de nós mesmos, uma versão mais livre para viver todo potencial escondido atrás do medo.
Muitas pessoas quando percebem este ciclo de comportamento destrutivo, já estão no caminho para quebrar o padrão repetitivo.
A consciência da autossabotagem é a chave para a mudança de hábitos. O ser humano atua diante das situações recorrendo a uma experiência prévia que tenha sobre aquele assunto. Com um padrão de comportamento que se torna repetitivo, acaba colhendo sempre os mesmos resultados. O reconhecimento deste padrão e a sua quebra são os primeiros passos para o fim da autossabotagem.
Cada tentativa sem sucesso deve ser encarada como um aprendizado do que não se deve repetir. Não podemos ver isto como um fracasso.
Desafiar os pensamentos, que nem sempre são verdadeiros, e encontrar diferentes maneiras de atuar diante da mesma situação são atitudes que devemos aprender a ter. As nossas experiências anteriores devem se tornar nossas maiores aliadas. Nem sempre conseguimos mudar tudo que queremos, mas temos que tentar. Sempre precisamos estar à procura de mecanismos de superação.
Investir em autoconhecimento; conhecer e explorar seus pontos fortes; reconhecer e se conscientizar de seus pontos fracos e se determinar a mudar o que realmente vai te favorecer.
Não podemos perder a esperança, porque a autossabotagem tem tratamento e cura, porém exige determinação e precisa de mudanças significativas de hábitos e atitudes que não basta apenas o desejo de mudar, de fazer algo diferente, se crenças e padrões continuam os mesmos, repetindo o mesmo comportamento e puxando o “próprio tapete”.
O caminho para interromper o ciclo de repetições e fracassos é o autoconhecimento, que proporciona a descoberta do verdadeiro potencial e a substituição de estratégias utilizadas para lidar com as situações que se repetem por outras mais favoráveis, desenvolvendo a capacidade de olhar a vida por uma perspectiva diferente.
O mergulho interior é primordial para retornarmos à superfícies reformulados. “Precisamos nos desvencilhar de todos os mandatos de culpa e nos dar autorização para realizarmos nosso projeto de vida e ter uma vida mais satisfatória”
A AUTOSSABOTAGEM É UM TEMA BASTANTE COMPLEXO, PORQUE A CAUSA VARIA DE PESSOA PARA PESSOA, NÃO EXISTE UMA RECEITA IGUAL PARA TODOS, O QUE EXIGE UMA ANÁLISE CUIDADOSA E PROFUNDA ATRAVÉS DE UM PROFISSIONAL.
Quero finalizar este artigo o(a) convidando para reflexão :
“Se você continuar a seguir os mesmos padrões, quais são as chances de vir a alcançar as coisas que você quer e se tornar a pessoa que espera ser?”
Nenhum de nós escreve uma história de vida mais enriquecida sem uma mudança no padrão de ação.
Comece a desconstruir cada ponto negativo, pegue uma crença negativa e converta em algo positivo.
Reinicie a sua vida, com a consciência de que deve eliminar as falsas verdades que foi construindo e que durante muito tempo orientaram as suas decisões. Acredite em si. Faça coisas que reforcem a crença positiva que tem em si.
Dessa forma abrimos espaço para que a transformação ocorra e nos permitimos ter novas atitudes; atitudes essas que trarão mais felicidade e vigor em nossas vidas.
Desejo que transbordem insights, força, coragem e até a próxima!
Beijo Grande!
Débora Akama